Solidão a Dois

Solidão a Dois

Solidão a Dois:

O termo monogamia, de origem grega, deriva de monos, que significa “sozinho”, e gamos, que significa “união” ou “casamento”. Segundo o Dicionário Michaelis Online da Língua Portuguesa (2020), monogamia é um substantivo feminino que caracteriza a condição ou estado de um monogâmico. Ou, em outras palavras, é um sistema ou costume que, durante o período matrimonial, obriga o homem a ter apenas uma esposa e a mulher a ter apenas um marido.

No contexto histórico, a monogamia é uma criação mais recente do que se supõe. Segundo a historiadora Stephanie Coontz em seu livro “Casamento, uma história”, essa conduta surgiu há aproximadamente 2.000 anos na época conhecida como sociedade primitiva, quando os humanos deixaram de ser caçadores-coletores e se transformaram em agricultores. Um período caracterizado, entre outros aspectos, pelo nomadismo e pelas relações promíscuas, pelo sociólogo alemão Friedrich Engels (1984). No livro A origem da família, da propriedade privada e do Estado (1984), o escritor argumenta que o modelo monogâmico de família foi estabelecido para concentrar em um grupo específico de indivíduos, o núcleo familiar, os bens privados do patriarca, e não como resultado natural de relações sexuais afetivas.

Que merda, não é mesmo. Tudo isso para garantir que a propriedade seja perpetuada, que os herdeiros tenham origem, pedigree para os filhotes e leitos solitários. Afinal, na sua origem a palavra já define a tudo: solidão a dois. Tudo bem, você é uma seguidora conservadora de Engels e neste momento na sua sábia e solitária cabeça, enquanto brinca com seus dedos na sua vagina e cuzinho imaginando que lhe fodo e implorando para que lhe tire dessa solidão, imagina que sou um pervertido, um tarado, um louco. Sim, você sonha com isso, sonha que eu seja um pervertido para te foder em qualquer lugar que eu deseje, quer que eu seja um tarado para cheio de tesão para meter incansavelmente em todos os seus buracos e um louco para romper todas as correntes que te aprisionam numa vida constante de insatisfação sexual.

O que você não entende é que somos seres poliamorosos, pessoas podem amar seu parceiro fixo e amar também as pessoas com quem tem relacionamentos extraconjugais, ou até mesmo ter relacionamentos amorosos múltiplos em que há sentimento de amor recíproco entre todos os envolvidos. Sim, só precisamos entender as diferentes formas de amor e aceita-las. Você já prática poliamor e nem percebe, uma mãe ama o filho diferente da forma como ama o marido e uma putinha ama o amante muito mais intensamente do que o marido, mas despreza a insegurança que ele causa. Amante, em seus termos mais clássicos, significa uma pessoa que ama ou tem paixão por outra coisa, assunto, área, pessoas ou afins; aquele que mantém, com outra pessoa, relação sexual de forma estável, porém não assume publicamente tal envolvimento, sem demais danos morais às partes. Existe maior tesão do que goza secretamente, existe maior aventura do que ter uma vida dupla. A tensão e medo de ser descoberto e a liberdade de ir além dos limites convencionais, trepando intensamente. Recebendo tapas na bunda, no rosto, puxadas no cabelo, pica no cu e buceta. Gozada na cara, na boca, porra escorrendo pela perna. Ir embora e não se preocupar com nada mais, só esperar o próximo encontro. Problemas, bem isso é para o marido cuidar. Aqui nesta cama, neste ninho, isso não espaço, o prazer ocupa cada centímetro. Status, dinheiro, filhos, preocupações diversas tudo fica no exilio quando os amantes trocam os primeiros beijos.

Amamos tudo isso, porque nas entranhas do nosso ser existe um gene adormecido, uma parte do homo neandertalis, aquele caçador coletor que andava pelo mundo trepando livremente. Aquele que quando queria uma mulher, matava seu marido e filhos e a arrastava pelos cabelos. Por que você acha que gosta tanto de foder de quatro apanhando na bunda e tendo os cabelos puxados? Sim, dentro de você existe aquela fêmea sedenta por ser devorada pelo homem mais forte, mais viril. Aquele te come com força e não se importa se você é mãe da sua prole. Você deseja isso todas as noites quando se deitar na sua cama e o seu marido está roncando ou mesmo quando ele te fode no clássico papai e mamãe, gozando e virando a bunda de lado para roncar como porco Napoleão, na Revolução dos Bichos, de George Orwell. Então, na solidão a dois você é obrigada a recorrer as suas mãos ou aos seus brinquedos para se satisfazer momentaneamente renunciando aos seus desejos em troca de colares de ouro, férias no caribe, carro novo, apartamento. Tudo isso quando você é uma puta cara, porque na maioria das vezes a vida se resume a barraco e um prato e comida. Então você tem choque da realidade de que além de puta barata não passa de uma chocadeira para jogar no mundo mais miseráveis e infelizes como você.

Ao me encontrar, você percebe todo este oceano de tristeza. Portanto, suplico que seja minha putinha, minha cadela, para que eu seja o seu dono, o seu macho, o seu neanderthal. Acendo o seu fogo no meio da sua floresta, despertando o seu gene adormecido. Beijo-te apaixonadamente, como uma criança sugando suas tetas, lambendo o teu pescoço e a tua orelha, imergo-me no teu ser. Então te mordo, te mordo como se não houvesse mais nada, fazendo você mergulhar no meu oceano de prazer, com a mesma intensidade que te fumo. Sinto a tua buceta e o teu cu devorarem o meu cu, em uma dança de entra e sai, vejo você gozando intensamente. Depois de satisfeitos, deitamos, absortos no cheiro do café.

A diferença é que algo novo correndo em você, certamente minha porra e os suas expectativas de quando acontecerá nosso próximo encontro. Então, me chame assim que esse tesão se tornar incontrolável novamente … Estou por aí, caçando e coletando histórias. Só não tente me arrastar para o seu mundo monótono e monogâmico. Sou tão fiel quanto os pássaros migratórios… Hoje estou no seu ninho, amanhã estarei em outro lugar. E você estará com aquele que paga as suas contas e que pensa ser seu dono, mas no seu íntimo sabe que o seu verdadeiro DOM sou eu… Então gozará sozinha pensando em mim.

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