A História de João e Joana! Capítulo 7
Agora vou falar com a voz de João…
Sim, eram amigos de Joana! Além de dominar, ela era habilidosa em envolver homens e invadir espaços.
Ela estava ali, na minha sala, sentada, me esperando… Linda.
A primeira solicitação foi: o que você faz aqui e como se inscreveu?
Ela respondeu imediatamente: “Não foi fácil entrar aqui, mas foi mais fácil reconquistar-te”.
Joana estava belíssima, muito mais bonita do que Andressa. Ela usava silicone, recauchutava tudo e, apesar de ser uma “dominatrix”, se vestia como uma grande dama da sociedade.
Usava um vestido preto, de marca reconhecida e de preço elevado. Carregava consigo uma bolsa que, francamente, penso que valia mais do que o meu salário…
Pedi sem muita demora: e o que deseja?
Ela apenas respondeu: você sempre soube o que eu queria… mas, neste momento, vim conversar contigo e não disser o que eu gostaria.
Eu simplesmente disse: não posso conversar com uma pessoa suspeita.
E você, houve alguma alteração agora? De juiz, passou-se a membro do tribunal? Meu querido, você não me condenará, muito menos me perdoará. O júri fará a sua sentença, se você não se considerar suspeito, será baseada em critérios técnicos, pois você é inteligente demais. Eu, que fui burra a vida inteira.
Ela prosseguiu: Você está ciente de que realizei uma cirurgia íntima? Fiquei bobo e ela prosseguiu: sim, sou virgem de novo. Fiz a cirurgia nesse dia e ela me entregou uma declaração médica. Sou virgem desde o término e permanecerei assim para sempre, caso você não me perdoe.
Sinceramente, confesso a todos que, naquele momento, quase caí e fiz o que nunca havia feito. Chorei… e ela disse: e agora estou aqui para ouvir você, justamente aquela pessoa que, durante toda a vida, me ouviu… nunca tive o dom de ouvir você. Éramos felizes quando eu falava e você ouvia. Agora estou aqui para fazer diferente. Gostaria de ouvir você.
Naquele momento, respirei fundo e expliquei todos os meus relacionamentos, o que deu certo com Carol e o que não deu certo, o meu desejo por Andressa. Não ocultei nenhum detalhe e ela estava ali, pela primeira vez, ouvindo-me. A mandona, a dona da razão, servindo de base para minhas lamentações…
Informei-me sobre a universidade e contei todos os eventos ocorridos após a saída dela do meu apartamento. Falei sobre as mensagens que ela enviava e que ficava horas pensando se responderia ou não. Ela respondeu-me: eu sei, você até digitava, mas não enviava nada.
Inquiri-a sobre o motivo pelo qual você esteve aqui?
Ela respondeu: vim para fazer o que eu não tinha feito até o momento, ouvir você… e dizer que, independentemente de sua decisão, estarei sempre a sua espera, seja na prisão, nos Estados Unidos ou na Europa. Tenho uma certeza: você foi o meu único amor e homem.
Diante disso, refleti e disse, de forma clara e objetiva: hoje, percebo que nunca deixei de amar você. Isso me causou dor, sofrimento e dor. Além disso, sei que foi doloroso para você também saber que fiz amor com Andressa.
Ela interveio e disse: “Não senti dor, não senti dor em você e não no meu. O impacto foi maior em você, e não tive remorso.” O que me causou dor foi não ter lhe contado, não ter sido clara com você desde o início. Você, sim, foi comigo, quando dormiu com ela. Depois, depois, não me contou…
Joana prosseguiu: uma vez que você demonstra interesse em me ouvir, sigo em frente, sem a sua presença física, mas contigo em meu coração. Conquistei a autonomia de mim mesma, perseguindo os meus objetivos e alcançando o que desejava. Enfrentei diversas dificuldades ao longo do caminho, mas, nessa, acredito que tenho menos dificuldades do que o grande desafio de ter novamente você ao meu lado, uma vez que o seu amor nunca deixei de ter.
Joana se despediu com um beijo no rosto de João e um afago, mas, antes de sair, disse: “É só o que eu vim fazer. A partir de agora, estou te bloqueando dos meus contatos. Não é adequado o juiz ter um “lance” com a acusada. Se estiver interessado, você ainda tem o contato da minha secretária Andressa. Entre em contato com ela e ela informará onde estarei.
Amigos, vocês não têm ideia do alívio que tive diante disso tudo… Sim, minha gente. Afastei um peso das minhas costas.
Primeiramente, não poderia continuar com o caso. Na verdade, eu recém havia pego ele, nem sequer tinha lido a sentença. O antigo juiz havia sido transferido e eu tive que “herdar” o caso. Tive apenas uma breve análise inicial e isso me deixou bastante confuso.
O Ministério Público, de forma brilhante, disse que Joana era apaixonada pela vítima. Isso, por si só, já me tornava suspeito do caso, uma vez que é óbvio que Joana me amava. Isso eu tinha plena certeza. Eu, indiretamente, participava do negócio…
Em meu escritório, dizia-se de uma forma clara: FAÇA O CERTO, SAIA DO CASO. De outra, dizia-se: ENTRE NO CASO E SALVE JOANA. Em outra extremidade, dizia-se: ENTRE NO CASO E CONDENE ELA. Faça a sua VINGANÇA.
Como profissional, jamais condenaria ela, pois sabia que a acusação era falsa. Mas, ao mesmo tempo, o júri seria quem iria decidir. Teria apenas a sentença, uma vez que, devido aos “requintes de crueldade”, não seria surpreendente.
Como qualquer pessoa inteligente, tomei a decisão.
Uma semana depois, entrei em contacto com Andressa e marcou um novo encontro com Joana para uma quarta-feira à tarde, em Curitiba, onde estudei, a fim de não despertar suspeitas.
Pedi à secretaria que reservasse o voo, mas, naturalmente, paguei a conta do meu bolso.
Era a hora da verdade. Após uma análise aprofundada, decidi que era hora de me afastar do caso e seguir o que o meu coração pedia.
Ia, inclusive, pedir uma licença do cargo de juiz (desde que entrei, não tive férias nem licenças) e, se Joana permitisse, iria atuar em defesa dela. Se tivermos êxito, poderia, talvez, abandonar a carreira de juiz e me tornar criminalista.
Meu nome seria condenado ou inocentando e eu estava prestes a tomar a maior decisão de minha vida.
A quarta-feira está agendada. Na terça-feira à tarde, conversei com a minha assessora, que me recomendou tomar um banho de banheira com sais de banho para aliviar a tensão que estava evidente.
Na tarde de terça-feira, protocolizei um pedido para me afastar do caso, alegando ser suspeito. Não precisei dar mais detalhes. Além disso, pedi minhas férias e poderia requerer o afastamento caso o juiz substituto não prosseguisse com o julgamento de Andressa.
À noite, passei o shopping, comprei sais de banho e cheguei em casa. Deixei o carro na garagem, subi ao quarto, tirei as roupas e fui até o banheiro da suíte com os meus sais de banho (que, segundo o rótulo, eram relaxantes)
Chegando lá, tive uma surpresa…
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