A casada safada – Parte 4

Sugiro que leia as três primeiras partes antes de iniciar esta, basta clicar no meu nome para ter acesso a elas.

Segue…

Poucos dias se passaram e, até então, não tínhamos tido a oportunidade de ficar juntos novamente. Eu cuidava dos meus irmãos e primos a maioria dos dias e Kelly sempre estava em casa. Às vezes, saía de casa e conversava comigo mesma, com meus irmãos e primos, como uma vizinha normal, sempre com um olhar maligno em minha direção, aquele olhar de quando um leão tem uma presa e sabe que é questão de tempo para obter a presa da forma desejada.

No dia seguinte, todos os adultos saíram e eu fiquei estudando. Os meus irmãos estavam em casa e pediram para brincar no quintal, mas, para isso, eu teria que supervisionar a brincadeira, que seria um pique-esconde. Em seguida, peguei um livro e fui. Ao chegar lá, senti um perfume familiar. Kelly estava conversando com Tadeu na porta da residência. Ela solicitou que, antes de sair para jogar bola, fosse até uma farmácia, mas ele respondeu que não havia tempo. Ele me viu, me cumprimentou, deu um selinho em Kelly, que parecia estar arrumada e, então, saiu. Kelly sorriu-me e eu logo retribuí, mas fiquei um pouco desconfiado. Ela se aproximou e disse:

Poderia comparecer comigo à farmácia? Preciso tomar minha injeção e não gosto de ir sozinha, pois o farmacêutico fica me pressionando. Essa farmácia é a única que tem o medicamento que tomo e não posso deixar de tomar.

Respondi-lhe: gostaria de ir, mas tenho meus irmãos e primos para examinar. Você está doente?

K: Não estamos aqui. O meu anticoncepcional é injetável e, todos os meses, preciso tomar na farmácia. Infelizmente, não será possível acompanhar-me. Prometo-lhe uma recompensa que fará com que o seu esforço seja valido a pena. Não devemos nos alongar por muito tempo.

Deixando o medo de lado, falei para meus irmãos irem brincar com alguns vizinhos que adoravam correr pela rua e fazer qualquer coisa. Naquela época, não era necessário qualquer tipo de aparato material para se divertir. Informei-lhes que iria entregar um livro a um colega e que já estaria de volta. Partimos para a farmácia.

K: Agradeço imensamente por ter feito isso para mim. Não gosto muito de ir lá sozinha. O farmacêutico é bastante galinha e isso me deixa incomodada. Você, sendo homem, impedirá que ele tome as mesmas atitudes que já teve.

Qual a sua experiência anterior?

K: Já solicitou o meu número de telefone, solicitou a autorização do meu marido para que eu pudesse tomar as injeções de forma gratuita, pois, caso eu desejasse, teria acesso ao estoque da farmácia.

Fiquei até com ciúmes após ouvir o que ela disse e pensei que seria melhor seguir com ela. Chegando lá, parecia que ele estava fazendo tudo de forma protocolar. Ela recebeu a injeção, pagou e fomos embora. Ao caminhar, ela me conduziu por uma rua escura e, novamente, forçou-me contra a parede. Ele começou a me beijar no meio da rua e eu respondi. Após o beijo, começamos a conversar sobre assuntos mais sérios.

Questionei-a sobre o motivo de ter feito isso com o marido. Estava ansioso para comer ela, e os hormônios estavam à flor da pele. No entanto, ainda pensava sobre essa situação.

K: Ok, entendo as suas dúvidas, e vou compreender se não quiser. No entanto, tudo o que disse é verdade. Ele não me dá muita atenção, passo muito tempo sozinha. Sou uma mulher que tem muito desejo e meu marido sabe que sou assim. No início do namoro e do casamento, ele era mais presente e atencioso comigo, mas, com o tempo, tudo mudou.

Qual é o motivo pelo qual você não termina o casamento e se compromete a ficar com quem realmente deseja? Seria melhor? Tudo seria mais simples. Você poderia escolher outra pessoa para morar com você, que lhe dê o que precisa.

K: É claro que já pensei nisso, e, para ser sincera, já tomei a iniciativa, mas ele não aceita o término do relacionamento. Não vou mentir, acredito que o amo de verdade. Sinto que ele também demonstra o seu amor, mas há outras prioridades que me deixam em segundo plano. Além disso, apesar de eu não ter dito isso a ele, acredito que ele sabe que já o traiu anteriormente. Acredito que não temos maturidade para conversar sobre o assunto de forma aberta, mas ele sabe que posso, às vezes, me interessar por alguém, mas sou realmente dele, quando ele me quiser. Sei que você, com sua idade, não vai compreender e aceitar tudo o que estou dizendo. Mas é o que acontece.

Ela estava certa. Nunca entendi completamente isso, ela não querer se separar dele, e às vezes ter um caso com outros homens sem ter uma ligação, ser pontual e “voltar” sempre para o Tadeu. Essa conversa me deixou bastante preocupado. Não sabia até que ponto aquela conversa era verdadeira. Sendo inexperiente e pouco experiente no campo amoroso, tinha muitas dúvidas e não sabia a quem recorrer. Não poderia chegar a ninguém e revelar essa história. Não imaginava ser compreendido por ninguém.

Após um momento de silêncio, retornamos ao caminho de casa e mudamos de assunto. Ela estava tentando disfarçar, assumindo a liderança e puxando assuntos diversos. Finalmente, chegamos ao destino, nos despedimos e fui chamar meus irmãos.

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